Hold infinity in the palm of your hand...

Friday, September 30, 2005

Perspectivas

"Nada mais há na vida do que beber até ao fim o vinho da iluminação"

Novo mês, novas oportunidades e aventuras se avizinham. Eis que me deparo perante algo que sempre julguei inatingível, mas que por virtude do Destino (ou talvez não?!) consegui alcançar inexplicavelmente! A sorte que tive possibilitará o meu ingresso num mundo interessante e não menos complexo, podendo abrir-me portas a um futuro que sempre sonhei e pelo qual sempre aspirei... mesmo quando não pensei transitar nele.

A verdade é que vou começar a estudar Medicina e estou ciente que vai ser tanto um desafio como uma novidade, mas espero estar ao nível dela e saber direccionar os meus conhecimentos para me tornar num bom profissional, quer seja a nível de pesquisa científica ou a nível médico...

Penso que terei de aproveitar o "vinho da iluminação" enquanto posso e desfrutar dele para o novo amanhecer da minha vida!

Vou para Lisboa estudar a arte de Hipócrates e lá iniciarei "the path to excellence", ou tal prefiro pensar!

Monday, September 26, 2005

TRMA e o insurgimento da clonagem terapêutica...

A evolução científica, cada vez mais patente no nosso quotidiano, tem revelado grandes avanços em várias áreas, especialmente, na área da reprodução. Esta, porém, tem gerado grandes suspeitas e questões bioéticas O que faz a ciência neste ramo, e o que é que origina tanta incerteza? É o que se vai desvendar…

Longe vão os tempos em que a reprodução se resume somente à união entre um óvulo e um espermatozóide, no útero da mulher. Hoje em dia, este suposto dogma social tem sido contestado pelos cientistas, na medida em que estes estão a fazer importantes descobertas nas técnicas de reprodução medicamente assistida - TRMA (conjunto de actos médicos que implicam a manipulação dos elementos de reprodução para provocar uma gravidez, quando esta não se produz de forma natural). Aparentemente, estas técnicas surgidas há 30 anos têm revolucionado o mundo científico, de uma forma bastante útil e prática, sendo que as pessoas com problemas de fertilidade têm, agora, grandes possibilidades de virem a ser pais.
Basicamente, existem dois processos de TRMA :
- Inseminação artificial – consiste em depositar espermatozóides no tracto genital feminino, sendo que o óvulo tem de ser estimulado com hormonas específicas:
- Fecundação in vitro (FIV) e transferência de embriões – trata-se de qualquer técnica, em que a união do óvulo e do espermatozóide é produzida em laboratório, e depois é transferida para o útero da mulher. Existem várias modalidades deste procedimento, mas, actualmente, a mais usada em Portugal é a micro-injecção de espermatozóides, no ovócito (óvulos maduros).
Assim sendo, os cientistas não só aprenderam a congelar os ovócitos e tecidos dos ovários de mulheres, com alto risco de esterilidade, para mais tarde se produzirem embriões a partir deste material, como também aprenderam a recuperar espermatídeos (células precursoras, que dão origem aos espermatozóides) dos testículos de homens estéreis, micro-injectando-os, depois, para o óvulo. Estas novas aprendizagens provocaram bastantes gravidezes com sucesso, na medida que, em Portugal nascem anualmente cerca de 2000 crianças através das TRMA.
Hoje em dia, sendo a fecundação in vitro bastante utilizada, surgiu um problema: o que fazer aos embriões que sobejam deste tratamento? Ao recorrer à FIV vários embriões são criados, mas só alguns são injectados no útero da mulher. Os outros são criogenizados, para um outro recurso, caso a mulher não engravide. No entanto, quando a mulher tem o filho desejado e já não necessita dos embriões, o que decide fazer? Das duas uma, ou dá ordem para deixar degenerar os embriões, ou consente a doação destes à investigação científica. A ciência dá muita importância a estes embriões, já que são uma fonte de células estaminais (células-mãe, que podem dar origem a qualquer variedade celular do corpo humano, isto é, podem originar qualquer tecido de órgãos do organismo), cujas investigações podem originar curas para doenças, até então incuráveis.
Apesar de todos estes avanços quase que miraculosos (que ajudam os 15 por cento de casais com problemas), cada vez mais denota-se uma revolta social. Esta levanta sérios dilemas éticos e legais que dão origem à indignação e à rejeição. A sociedade receia este tipo de tratamentos, talvez por causa dum possível abuso das novas técnicas, e até por causa de ideais religiosos e filosóficos, que chocam directamente com assuntos relacionados com a manipulação genética. É também sabido que estas técnicas, nomeadamente a criogenização de óvulos e micro-injecção de espermatozóides, podem provocar alterações genéticas nos embriões, ainda que estas não sejam bem concretas.
Na utilização de TRMA tenta-se ajudar um casal a reproduzir-se eficazmente, quando isso não se proporciona. No recente caso de se poder escolher o sexo do bebé, é uma escolha que os progenitores podem optar. Na maioria dos casos e de forma legal, escolhe-se o sexo do futuro bebé por causas médicas, como a hemofilia (que atinge só o sexo masculino), mas também se pode escolher o sexo do bebé, quando um casal tem pelo menos 3 filhos do mesmo sexo e deseja ter outro do sexo oposto. Porém, escolher o sexo dos bebés só por expressa vontade ainda não é permitido legalmente, em muitos países. Por outro lado, a utilização de embriões para fins terapêuticos suscitou o chamado “estatuto do embrião humano” que contesta a utilização de embriões, já que isso implica a sua destruição, argumentando que o embrião, apesar de novo, constitui uma vida humana. Muitos cientistas insurgem-se, contra-argumentando que nesta fase o embrião não é uma vida humana, visto que, não apresenta unicidade (ser único e irreproduzível) e unidade ( ser um só), e apoiando esta teoria Dr. Mário de Sousa (professor e médico do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar) diz que “não se pode especular sequer que o embrião tem alma, pois este é constituído por células, que uma vez separadas podem dar origem a outros embriões. Ora se um embrião tivesse alma não era a partir de uma que eu criava outras tantas (...). Temos também ter em conta que estas investigações com células estaminais serão, quase como, a “farmácia” do futuro, sendo por isso necessário saber mais sobre elas.
Na minha opinião, recear um futuro iminente que é a investigação de células estaminais (que é a chamada medicina regenerativa) é recear a nossa própria existência num mundo que ainda há-de vir. Se reflectirmos um pouco vemos que o nosso futuro poderá estar muito dependente destes estudos, na medida em que a medicina regenerativa será fundamental para certos transplantes de tecido e até, quem sabe, para o rejuvenescimento da espécie humana. Estes estudos são, portanto, prioritários de momento. Quanto à polémica gerada pelo “estatuto do embrião humano” penso que os cientistas estão correctos, quando afirmam que o embrião não constitui ainda uma vida humana. Nesta fase, lida-se com células e nada mais que isso. É talvez semelhante à manipulação de bactérias e vírus, que apesar de serem células vivas são utilizados em vários estudos, sem que haja preocupação com a vida que se destrói ou não. No mundo da ciência são sempre necessários alguns sacrifícios, e neste caso são os embriões.
É natural que haja um receio por parte da sociedade, no que toca a estes assuntos. Os humanos sempre recearam aquilo que não compreendiam, mas isso não deveria impedir a ciência de evoluir. O que a ciência pretende é compreender os fenómenos que a rodeiam, de forma a tentar obter um conhecimento verdadeiro estando, por isso, em constante evolução.
No que diz respeito às TRMA as opiniões são díspares, mas há pelo menos um consenso: estas técnicas podem, de facto, ajudar a combater a infertilidade humana. Este é exactamente o objectivo pretendido com as TRMA. Contudo, os aperfeiçoamentos feitos nestas técnicas podem ser controversos. Tome-se por exemplo a possível escolha do sexo dum bebé. Pessoalmente, penso que esta opção só deve ser feita em situações extremas (atrás mencionadas) e não por mera comodidade, pois isso suporia uma supremacia científica sobre a Natureza, o que não é o verdadeiro objectivo da ciência, neste campo. Infelizmente, não tenho nenhuma dúvida que estes procedimentos se vulgarizem num futuro próximo.Resumindo e concluindo, a ciência reprodutiva tem feito avanços notáveis que podem ajudar muitas pessoas. No entanto criou-se à volta desta área muitas questões e dúvidas, que até hoje não chegaram a um consenso. Como é que isto evoluirá? Ninguém o sabe, mas uma coisa é certa, quem o ditará será o próprio Homem e não a Natureza per se.

Monday, September 05, 2005

Dedo no Ar: curiosidade em questão!

A curiosidade faz do Homem aquilo que ele é!
A característica instintiva, do Homem, de progredir pelo questionamento do mundo envolvente promove a sua evolução e compreensão. Desta forma, só pela curiosidade conseguimos criar algo que nos impulsione a continuar a investigar a razão da nossa existência como seres pensadores e capazes de criar a mudança no mundo em que habitamos.
Como seres humanos temos o poder de construir, bem como o de destruir, cabendo-nos o dever de encaminhar o conhecimento adquirido para o nosso proveito e para a sobrevivência neste planeta cada vez mais exaurido e ameaçado.

A curiosidade leva-nos a questionar os fenómenos que presenciamos, de modo a permitir um gradual avanço da nossa espécie como animais racionais, mas também como pessoas!

Pertencemos à Terra, não a uma esfera externa olhando para dentro da mesma!

Participemos activamente nela!